A China anunciou, ontem, as linhas gerais de seus planos para realizar uma revolução no campo das energias renováveis: US$ 30 bilhões para projetos de baixa emissão de carbono, 20% de energias renováveis até 2020, com um amplo crescimento da geração eólica e solar.
A nova meta de geração de energia solar é de no mÃnimo 9 GW, três vezes superior à meta anterior. A capacidade instalada de produção de energia solar na China é hoje de 120 MW e a expansão proposta multiplica esse número por 75 em uma década.
Para a geração de energias renováveis e programas de eficiência energética – inclusive nos sistemas de transmissão – será direcionado um percentual significativo de um pacote de US$ 590 bilhões em estÃmulos que já resultaram num crescimento de 6% da economia do paÃs no primeiro trimestre do ano, com a expectativa de um crescimento de 8% em 2009.
No ano em curso, a China substituirá 100 milhões de lâmpadas por outras de alta eficiência energética. No campo do aquecimento solar, a China já é lÃder mundial, com 130 milhões de metros quadrados de painéis instalados, número que continua crescendo rapidamente, enquanto a meta norte-americana para 2020 é de 200 milhões de metros quadrados.
Assim, a China ameaça desbancar a Europa no que se refere à sua pretendida liderança na área de energias renováveis e os nÃveis de emissão de gases causadores das mudanças climáticas poderão ser reduzidas de maneira significativa, já que, juntos, a China e os EUA são responsáveis por 50% das emissões globais.
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Desnecessário comparar esses números com o desempenho brasileiro no campo das tecnologias de maior valor agregado tanto na área da geração quanto no que se refere à eficiência energética. O Brasil sequer detem tecnologia própria de geração de energia solar e insiste no samba de uma nota só das florestas amazônicas, que rende mais dividendos polÃticos por atingir mais facilmente o imaginário coletivo.