Arnold Schwarzenegger, Colin Powel, altos executivos da Google e do Walmart estiveram entre as personalidades que compareceram há dois dias ao lançamento oficial de uma nova e promissora fonte de energia renovável desenvolvida por um ex-cientista da NASA e testada ao longo dos últimos 8 anos: um novo tipo de célula de combustível denominada Bloom Boxes.
Trata-se de uma célula de combustível – fuel cell, é o nome em inglês -, um tipo de “bateria” que converte hidrogênio e oxigênio em eletricidade através de reações eletroquímicas, com grande vantagem sobre as que já vem sendo desenvolvidas e testadas há bastante tempo em diversos países desenvolvidos, agora com a enorme vantagem de utilizar, em sua fabricação, um material abundante na natureza: areia. Os modelos anteriores utilizam materiais raros como a platina, e altamente corrosivos.
Com a nova tecnologia, uma célula do tamanho de um tijolo é suficiente para gerar energia suficiente para assegurar o suprimento de energia de uma casa média, considerados os padrões de consumo dos países altamente industrializados. Um equipamento desse tipo do tamanho de um congelador comum é suficiente para abastecer 100 casas, com o potencial de tornar obsoletas as linhas de transmissão e de distribuição de eletricidade.
Uma unidade desse tipo com a potência de 400 kW já se encontra instalada e em operação há 18 meses na sede da Google, tendo gerado energia durante 98% do tempo em que foi mantida em operação, com a geração medida de 3,8 milhões de kWh de eletricidade. A Coca-Cola, o Walmart e o Federal Express incluem-se entre os clientes que já estão testando a nova fonte de energia. O fabricante – Bloom Energy – já levantou US$ 400 milhões junto a investidores privados para continuar o desenvolvimento de sua tecnologia e iniciar a produção em escala comercial.
As “Bloom Boxes” também emitem CO, mas como são duas vezes mais eficientes que as fontes convencionais de energia existentes nos EUA, pode-se afirmar que as emissões de CO cairão em 50% se a tecnologia de disseminar rapidamente. No atual estágio de desenvolvimento, uma célula de combustível desse tipo ainda custa US$ 700.000, mas o fabricante prevê uma significativa queda nos preços à medida que a produção ganhar escala. “Os usuários poderão recuperar o investimento inicial num prazo estimado entre 3 e 5 anos” – afirma o cientista que desenvolveu a tecnologia.
“Em poucos anos, esse tipo de célula de combustível será usada nas edificações como um provedor de energia, tão simples quanto um painel fotovoltaico, com a vantagem de gerar energia dia e noite.”
A tecnologia sempre foi a grande vantagem dos países ricos. E o governo brasileiro se orgulha por estar se preparando para comprar trens de alta-velocidade da China ou da Coréia para ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, de olho nas eleições, quando não resolveu sequer o problema fundamental de assegurar o amplo acesso à educação primária gratuita.
Se não houver uma solução tecnológica para a redução das emissões de gases causadores das, não haverá solução nenhuma. Só num quadro de subestimação do papel do desenvolvimento tecnológico e de falta de políticas públicas para assegurar o aumento da eficiência energética é que preservação das florestas pode continuar sendo a única contribuição do Brasil para esse problema planetário. Nesse passo, vamos terminar exportando areia para importar geração de energia com alta tecnologia.
Mais informações e imagens sobre as Bloom Boxes podem ser encontradas – em inglês – na página da empresa na internet – www.bloomenergy.com.