Primeiro, a Folha de São Paulo, com o seu “jornalismo ambiental” ideológico – que tenta fazer o mundo caber num conjunto de idéias - apresentou Durban um sucesso, ainda que parcial. Ministros e delegações que se esforçavam até a madrugada e o dia seguinte para chegar a um acordo.
Depois, diante do noticiário da imprensa internacional que faz jornalismo para valer, admitiu que o sucesso não havia sido tão grande,e até noticiou a decisão do Canadá de se retirar do Protocolo de Kyoto… sem grande estardalhaço e enfatizando crÃticas de ONGs ao Canadá.
Depois, silenciou sobre a decisão da Rússia de também se retirar, o que pode tornar nulo o Protocolo nulo, já que foi a adesão da Rússia – em 2005 - que marcou a data de sua efetivação Para que o Protocolo entrasse em vigor, era necessário que os paÃses responsáveis por 55% das emissões de gases causadores de mudanças climáticas o ratificassem. E a Rússia só o ratificou em troca de outra moeda polÃtica, totalmente estranha à s mudanças climáticas: o apoio da Europa para a sua entrada na Organização Mundial do Comércio – OMC. Politics and business as usual.
No Protocolo de Kyoto, o ano base para o cálculo das emissões totais é 1990, quando só a Rússia era responsável por 17% das emissões totais.
Em Durban, o Japão também se mostrou reticente a estender a sua adesão ao Protocolo, mas como manteve uma discreção cautelosa, entende-se que a imprensa internacional tenha evitado especulações. O Brasil disse que não aceitaria submeter-se à s metas de redução em vigor para os paÃses desenvolvidos pelo menos até 2020 e alegou que já tem as suas próprias metas.
Outra questão que permanece na penumbra - ainda que já pudesse ter sido esclarecida - está na necessidade de nova ratificação do Protocolo agora que um grupo de ministros e representantes diplomáticos de diversos paÃses optaram por subscrever à sua extensão. Entre subscrever e ratificar um tratado vai uma imensa diferença. Até os EUA assinaram o tratado original, mas nunca o ratificaram. No caso de uma extensão, a ratificação pelos parlamentos nacionais será necessária?
A pergunta ocorreu depois que uma fonte do Pentágono – que preferiu se manter discreta – disse a um jornalista norte-americano que achava “estranho” ver um grupo de ministros de meio ambiente discutindo assuntos que envolvvem prementes questões geo-polÃticas e de segurança energética – leia-se de segurança tout court, ou seja, de segurança nacional.
Os grandes avanços na área de eficiência energética das últimas décadas não se deram por razões “ambientais” ou sequer relacionadas à s mudanças climáticas, mas sim por razões consideradas de segurança nacional. Na sequência de dois “choques do petróleo” – aumento abrupto de preços pelos paÃses produtores, na década de 1970 - os EUA aprovaram uma lei que recebeu a denominação de “segurança energética”. Lei para valer, com mais de uma centena de páginas – diferentemente dessas leis chinfrim que andam por aà buscando a sua aplicabilidade -, foram estabelecidas metas e importantes incentivos econômicos para energias renováveis e para eficiência energética.
Agora, no momento em que as petroleiras dos paÃses altamente industrializados planejam expandir a produção de óleo do Iraque dos 1,6 milhões de barris/dia para 6,8 milhões de barris/dia só nos três campos ao sul de Basra, falar em redução das emissões globais é apenas brincadeira e pensamento positivo. As ONGs que discordarem podem dirigir as suas questões para os executivos da BP (que já até tentou convencer os otários que a sigla signficaria Beyond Petrol), Shell, Exxon, ENI (Itália) e Lukoil (Russa) que no mês passado se reuniram em Basra. Ah – os números referem-se a t4res campos; a projeção é de que nos próximos 5 anos a produção iraqueana atinja 12 milhões de barris/dia, superando a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, com seus 10 milhões de barris/dia.
Afinal, não foi esse o objetivo da invasão do Iraque? Questões de “segurança energética” de um grupo de paÃses aliados, arrebanhados pelos EUA! Os ministros de meio ambiente que estiveram em Durban, as ONGs com o seu usual lero-lero, e o “jornalismo ambiental” podem voltar para a escola.
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 Para os que entendem inglês, vale ver um dos muitos vÃdeos da Shell sobre as maiores instalações de produção, liquefação e exportação de gás natural do mundo, no Qatar, denominada Pearl.  Para eles, como para muitos, o gás natural é uma “energia limpa” (quando comparada com o petróleo). Como na Shell o comando não está nas mãos de clepto-empreteiros, o projeto foi concluÃdo em 6 anos com orçamento aprovado no ÃnÃcio do ciclo.
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Greenshit, WWF e outros que cafetinam as florestas tropicais em nome das mudanças climáticas ainda não se pronunciaram. Como nunca se pronunciam sobre assuntos substantivos.
Claro que gás natural é limpo, idem gasolina e Diesel…
A queima completa de qualquer um dele só produz água e gás carbônico, ambos comida exclusiva dos vegetais.
Sem CO2, não há fotossÃntese.
Quanto mais beberrões os motores convencionais, mais CO2 e mais água produzem.
A queima “completa” é uma excelente hipótese de trabalho. Certamente a mais buscada por engenheiros das mais diversas formações. A atual taxa de conversão média de um motor à gasolina de tecnologia avançada é da ordem de.. 40 – 45%? E há, como decorrência da queima, toda uma gama de compostos quÃmicos residuais…
Além disso, mesmo os combustÃveis fósseis são resultado de um processo especÃfico de decomposição de matéria orgânica. Um litro de gasolina correspondendo a que quantidade de matéria orgânica? Uma tonelada? Não me lembro agora. Mas, de toda forma, certamente estamos queimando matéria orgânica “estocada” num ritmo muito elevado.
Não me parece simples assim…