Reduz-se rapidamente um dos principais obstáculos à disseminação ainda maior das fontes de energias renováveis tais como eólica e solar: a estocagem de energia em escala comercial nos horários em que a oferta é maior do que a demanda. Atualmente, uma parte dessa energia é simplesmente desperdiçada.
O mais recente notÃcia nessa área foi o anúncio feito pelo grupo Alevo de que implantará uma fábrica de “bancos de baterias” do tamanho de conteineres com capacidade unitária de estocar 2 MW de eletricidade. O grupo não entra em detalhes sobre a composição quÃmica de sua baterias mas assegura que sua nova fábrica será capaz de produzir 480 bancos de baterias desse tipo por ano a partir de meados de 2015.
Ainda sob o impacto desse anúncio, o mercado vem se ampliando rapidamente. Num relatório publicado recentemente, a empresa Navigant Research estima que os novos sistemas de estocagem de energia totalizaram 362,8 MW só no ano fiscal 2013-2014, com 103,3 MW na América do Norte, 100,5 MW na Ãsia e no PacÃfico, e 91,1 MW na Europa Ocidental. A distribuição regional dos novos projetos pode ser vista na página 3 do Sumário Executivo do relatório da Navigant (que cobra caro por seus relatórios completos).
O assunto não se esgota nesse relatório. Recentemente, criou-se a Aliança Global de Estocagem de Energia, fundada por organizações semelhantes existentes nos EUA, na Alemanha, na China, na Ãndia e na Califórnia (com participação individual, além da nacional), além da Aliança para Eletrificação Rural dos EUA. Grandes avanços cientÃficos e tecnológicos para a disseminação das energias limpas como, também, vê nessa área um conjunto de oportunidades de negócios.
Segundo outras fontes confiáveis de informação, a capacidade dos variados sistemas de estocagem de energia crescerá para 6 GW por ano em 2017, atingindo 40 GW por ano em 2022.
Segundo a Base de Dados Global de Estocagem de Energia do Departamento de Energia dos EUA, 104 projetos desse tipo encontram-se em fase de planejamento ou de implantação, além de 158 outros em diversos paÃses.
A forma mais antiga de estocagem de energia é o retorno da água das grandes hidrelétricas através de bombeamento, mas na maioria dos paÃses avançados essa alternativa já se encontra praticamente esgotada (o que será do Brasil?).
Agora, o que está em questão são as novas tecnologias, que não se limitam à s baterias “gigantes” e com novos materiais, maior ciclo de vida e menor tempo de recarga. A compressão do ar durante os perÃodos em que há excesso de geração em relação à demanda para posterior liberação e movimentação de turbinas nos horários em que aumenta a demanda, lÃquidos especiais com alto teor de sal aquecidos para gerar eletricidade através de trocadores de calor e outras tecnologias vêm sendo testadas de maneira a reduzir o desperdÃcio e ampliar a utilização da energia gerada por usinas eólicas e solares.
Na Califórnia, uma lei estadual determinou que as três maiores concessionárias incorporem uma capacidade de estocagem de 1,3 GW até 2020. No Arizona, o projeto Solana de estocagem de energia solar já permite que a eletricidade continue a alimentar as redes de transmissão e distribuição durante seis horas após o pôr do sol.
E no Brasil, onde estamos para aumentar a eficiência e reduzir os preços da geração de energia solar e eólica?
Vale esperar, pelo menos, que no futuro próximo não apareçam ec0-fascistas e “esquerdistas” dizendo que “o capitalismo é ganancioso” por deter novas tecnologias que os cidadãos das economias periféricas desejam ou mesmo necessitam. Ganância de conhecimento e da capacidade de fazer acontecer é algo muito bom!