A primeira “torre solar” do mundo – com 19,9 MW de capacidade instalada – entrou em operação em maio de 2011, na Espanha. “E o futuro é tão impressionante que o brilho do coração dessa torre de 140 metros de altura pode ser visto da cidade de Córdoba, a 80 km de distância” – afirma um artigo da revista RenewEconomy intitulado “É tempo de brilhar para a geração solar 24 horas por dia” (http://reneweconomy.com.au/2016/70398, um link que não permite a transferência sem que seja incluído o artigo inteiro, em inglês, neste post).
Imagens e um curto vídeo podem ser vistos na página da empresa Torresol Energy, que aperfeiçoou a tecnologia em parceria com o Instituto Masdar, resultado de gigantescos investimentos dos Emirados Árabes Unidos em educação superior, ciência e tecnologia.
A central solar espanhola, que recebeu o nome de Gemasolar, é constituída de 2.650 espelhos – helióstatos -, distribuídos numa área de 185 hectares. Esses refletores dirigem a solar para a parte mais alta da torre elevando a temperatura de tanques de sal liquefeito a mais de 500° C e o acúmulo do excedente de energia para abastecer a rede de eletricidade por até 15 horas sem nenhum sol.
Germasol foi a primeira central solar do mundo a fornecer energia a partir dessa fonte 24 horas por dia, ininterruptamente, com um recorde de 36 dias seguidos.
“Mesmo a conservadora Agência Nacional de Energia, por exemplo, afirma que a geração térmica solar (que inclui o sistema da torre solar e estocagem de energia sob a forma de calor) pode chegar a ser responsável pela geração de 12% de toda a energia do mundo até 2040” – afirma o mesmo artigo da revista australiana RenewEconomy.
Mais de 60 centrais termo-solares já se encontram em operação no mundo – ainda que algumas poucas sob a forma de protótipos, para assegurar o domínio da tecnologia -. com uma capacidade instalada total de 4.486 MW. Vinte oito outras encontram-se em fase de implantação, sendo a maior delas a de Miraah, em Oman, que deverá entrar em operação em 2017, com capacidade instalada superior a 1.000 MW.
Essa tecnologia vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos 25 anos, pelo menos. Hoje, o preço dessa fonte de energia já é menor do que o da energia nuclear e aproxima-se do preço de fontes como gás e carvão.
***
E o Brasil não consegue parar e abandonar Angra III, que já consumiu mais de R$ 9 bilhões, com obras paralisadas durante longos períodos – desde 1986 até 2010 -, e agora com previsão de início de operações adiadas novamente. Já começará a opera obsoleta! Como dizia Nelson Rodrigues, “amo a burrice porque ela é eterna”.
***
Belas imagens e uma boa descrição da planta solar Gemasolar podem ser vistas no vídeo abaixo.