Donald Trump resolveu que todas as informações da Agência de Proteção Ambiental – EPA, na sigla em inglês – serão objeto de avaliação política antes de tornadas públicas. Essa decisão inclui até mesmo monitoramentos de rotina de qualidade do ar (no Brasil, tudo isso já é feito informalmente).
Não contente, Trump e sua equipe de demolidores da ciência, já anunciaram que vão deixar a Divisão de Ciências da Terra da NASA deve ser deixada à míngua de recursos, sob a alegação de que está muito “politizada”.
Durante a campanha, Trump(ete) já havia dito que as mudanças climáticas não passavam de um embuste inventado pelos chineses, e seu assessor Bob Walker declarou que apenas metade dos cientistas concorda sobre a influência humana nas mudanças climáticas.
Com o cinismo que é usual entre os impostores, Walker declarou:
“Nós precisamos de boa ciência para nos dizer o que é realidade e a ciência pode fazer isso se os políticos não interferirem.”
Bob Walker nunca foi nada na vida além de um político! E que agora afirma que é mais importante fazer pesquisas sobre o “espaço profundo”.
Em resposta, Kevin Tremberth, cientista senior do Centro Nacional de Pesquisa da Atmosfera, resumiu o ponto de vista dos cientistas:
“Essa decisão (de acabar com as ciências da Terra) seria uma grave derrota, senão uma devastação. Ela pode nos colocar de volta à era pré-satélites. Seria extremamente míope. Nós vivemos no planeta Terra e as informações sobre a sua atmosfera e os oceanos são essenciais para nosso estilo de vida. A pesquisa sobre o espaço profundo é um luxo, enquanto a pesquisa sobre a Terra é essencial.”
Ufa. Ainda bem que a Agência Espacial Européia ainda está imune às besteiras demolidoras de Trump, e a comunidade científica internacional não vai se render a esse tipo de cretinice.
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Passados poucos dias do surto de autoritarismo obscurantista de Trump, funcionários de todos os órgãos governamentais sujeitos à censuram criaram contas de twitter com o nome dos mesmos (mas deixando claro que não eram as contas similares) e iniciaram a divulgação extra-oficial das informações. Esse é um tipo de desobediência civil tradicional nos EUA e que os funcionários do poder público brasileiro precisam aprender a fazer aqui!
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Esperemos, agora, que o Brasil não entregue a base de Alcântara aos EUA – como informa-se que é o desejo do atual governo! Se ela tem algum valor real, melhor seria a Agência Espacial Européia, com a mais absoluta transparência!