Em janeiro de 2017, o canal Solar Plaza de informações sobre energias renováveis divulgou a lista dos 30 menores preços para a geração de energia solar centralizada no mundo.  Estranhamente, os preços no Brasil ficaram na faixa de US$ 0,079/kWh,  3 vezes superior aos preços alcançados nos Emirados Ãrabes Unidos – US$ 0,024/kWh, e bem acima dos US$ 0,029/kWh no Chile e mesmo dos US$ 0, 035/kWh no México (neste último caso, com a implantação sendo feita pela mesma ENEL que alcançou um preço duas vezes maior no Brasil).
O que há de errado – e muito errado! – nisso, já que os Ãndices de insolação não são tão diferentes, sobretudo se considerarmos a região nordeste e não a média brasileira?  Aliás, mesmo em regiões dos EUA, onde os Ãndices de radiação solar são seguramente menores do que no nordeste do Brasil, os preços chegaram a ser a metade daqueles contratados no Brasil.
US$/kWh | Nome | (MW) | PaÃs | InÃcio das Operações | Empresa | |
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1 | 0.024 | ADWEA | 350 | UAE | 2019 | ADWEA |
2 | 0.029 | – | 120 | Chile | 2019 | Solarpack Tecnologica |
3 | 0.030 | 800 MW Fase III – Sheikh Maktoum | 80 | UAE | 2020 | Dubai Electricity Authority (DEWA) |
4 | 0.035 | – | 427 | México | 2018 | Enel |
5 | 0.039 | – | 100 | USA | 2018 | NV Energy |
6 | 0.040 | – | 0.398 | USA | 2014 | THiNKnrg |
7 | 0.041 | Austin Energy Recurrent | 150 | USA | 2016 | – |
8 | 0.045 | Sandstone | 45 | USA | 2015 | – |
9 | 0.049 | – | 50 | UAE | – | Saudi Electric Company |
10 | 0.050 | – | 150 | USA | 2016 | Austin Energy / Reccurent Energy |
11 | 0.051 | Macho Springs Solar Project | 50 | USA | 2014 | Â El Paso Electric / First Solar |
12 | 0.051 | River Bend | 80 | USA | 2016 | – |
13 | 0.060 | Dubai Electricity Authority | 100 | UAE | – | ACWA power |
14 | 0.064 | Amunche Solar | 16 | Chile | 2017 | Amunche Solar (Solarpack) |
15 | 0.064 | Estado de Rajasthan | 70 | India | – | Fortum |
16 | 0.065 | – | 515 | USA | 2016 | Georgia Power |
17 | 0.067 | – | 100 | India | 2017 | FRV |
18 | 0.067 | – | 1000 | India | 2016 | – |
19 | 0.070 | Andhra Pradesh | 500 | India | – | SunEdison |
20 | 0.070 | – | 80 | USA | 2017 | Southern California Edison |
21 | 0.073 | Lost Hills PV | 32 | USA | 2019 | First Solar and PG&E |
22 | 0.075 | Power plant Rajasthan | 5 | India | 2013 | – |
23 | 0.076 | Madhya Pradesh | 150 | India | – | Skypower |
24 | 0.078 | – | 5 | Brazil | – | Sun premier |
25 | 0.079 | – | 20 | Brazil | – | Invesiones Solares |
26 | 0.079 | – | 60 | Brazil | – | Gransolar |
27 | 0.079 | – | 410 | Brazil | – | Enel Green Power |
28 | 0.083 | – | – | Brazil | – | Conergy |
29 | 0.086 | The Green Energy Corridor | 500 | India | 2019 | First Solar |
30 | 0.130 | – | 86.5 | India | – | Essel Group / Rays Power |
O assunto merece uma revisão crÃtica envolvendo desde a regulamentação até a estrutura de custos e dos modelos de negócios.  A diferença não é aceitável sob nenhuma ótica, e é ainda mais inadmissÃvel quando já foi anunciado que em agosto de 2017 os preços da eletricidade no Brasil voltarão à bandeira vermelha, isto é, serão elevados em consequência da mais do que previsÃvel escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas.  Os impactos sobre a inflação não serão pequenos – em particular se somados aos aumentos nos preços dos combustÃveis fósseis.
O que têm a ENEL e a Associação Brasileira de Energia Solar a dizer sobre isso – já que os órgãos governamentais não se atualizam e tampouco estão lá muito interessados no interesse público, na retomada da economia através de novas iniciativas – fora a mesmice dos juros e dos aumentos dos impostos.
Quais serão as causas da diferença, sobretudo considerando que as áreas de alta insolação do sertão do nordeste não têm valor para a produção agrÃcola. A falta de ação do MME na construção de linhas de interconexão? Os altos custos trabalhistas? Os obstáculos frequentemente colocados pelos grupos “ambientalistas” para as centrais fotovoltaicas?
Boa noite Luiz Prado. (Uma visão de quase graduado em Eng. Elétrica)
Tenho um pensamento que no Brasil, especificamente no nordeste, temos as terras mais férteis do paÃs. Em relação ao tema, apesar de ser uma tendência global, esta placas solares não são tão eficientes quando pensamos numa relação sobre o rendimento das placas fotovoltaicas com as hidrelétricas, por exemplo. A taxa de rendimento (ou seja, quantidade de energia que é possÃvel jogar na rede em relação a geração total que ela produz) é de menos de 20%, (20%) eu estou sendo generoso. Eólicas hoje tem rendimento numa faixa de 31% algumas mais outras menos.
(sic):”Quanto à energia solar, atualmente, a capacidade instalada ainda é pouco representativa, incluindo projetos de P&D, usinas instaladas nos estádios da Copa do Mundo 2014 e usinas enquadradas como mini ou microgeração distribuÃda, conforme resolução Aneel n° 482/2012. No entanto, a expectativa é de crescimento da participação dessa fonte na capacidade instalada do SIN (Sistema Interligado Nacional). Nos leilões promovidos ao longo de 2014 foram comercializados 891 MW de potência instalada fotovoltaica. Deste total, 521 MW estão localizados na região NE e, o restante, na região SE/CO. As centrais geradoras heliotérmicas ainda não estão contempladas no horizonte deste Plano Decenal, porém, deve-se ressaltar as vantagens dessa tecnologia quando associadas a armazenamento térmico de energia. Elas podem servir como complemento à s fontes renováveis intermitentes, como eólica e fotovoltaica, além da capacidade de atendimento à s demandas máximas requeridas pelo SIN.” ( http://www.epe.gov.br/PDEE/Relat%C3%B3rio%20Final%20do%20PDE%202024.pdf – página 92).
Existe uma validade de poucos anos ainda para a tecnologia das placas, uma geração de lixo numerosa é gerada caso grandes parques sejam instalados, e sinceramente, não sei se há no paÃs lugar apropriado para seu despejo, porém, não estou certo se existe “recilagem” deste tipo de dejeto aqui.
O que existe de fato, são grupos de pessoas que não gostam de como é gerada a energia em hidrelétricas e optam por comprar energias verdes por preço mais elevado. É claro que quanto mais sustentável o mundo for, melhor, mas, quem desliga a geladeira de casa, não é ?!
Em relação ao nordeste, acredito que o espaço possa ser aproveitado de maneira diferente, como um dia, com esperanças, a produção lá comece e possa empregar famÃlias com agricultura familiar e com potencial de exportação, com esperanças, exista uma melhor distribuição de alimentos. A “poluição espacial” que elas tem, ocupariam áreas enormes, talvez não viabilizando sua construção como parques no México por exemplo se pensarmos em como aquela terra pode ser aproveitada para tentar suprir necessidades daquela parte do paÃs.
Existe no Brasil uma grande bacia hÃdrica, se torna interessante para o paÃs explorar isso, devido sua produção. Também, várias usinas estão sendo construÃdas na atualidade. (http://www.epe.gov.br/PDEE/Relat%C3%B3rio%20Final%20do%20PDE%202024.pdf – páginas 120-152) para ter uma breve visão de como está o sistema interligado por hidrelétricas.
O consumo desregulado de energia também é uma causa de que o aumento dos Ãndices das contas caiam sobre nós, uma outra parcela pode ser creditado ao consumo das termoelétricas, que através dos oportunismos, gerados por irresponsabilidade do usuário da energia, assim como, polÃticas populistas, tem uma boa fatia das causas do aumento. Seu rendimento está em aproximadamente 50%. Como são privadas, e o mercado de energia abre brechas para o mercado spot (mercado livre de energia elétrica), que existe com a ideia de suprir demandas imprevistas de energia, cobram o preço dos 50% vendidos e mais os outros 50% que perderam no processo de geração.
O progresso na área da elétrica, infelizmente, vem a passos curtos, mesmo o Brasil sendo um paÃs com exÃmios livros publicados sobre o Sistema Elétrico de Potência nacional.
Concordo contigo em relação aos preços, só vim para falar algumas coisas que pensei que pode ser útil pra você, já que postou algo sobre o tema. Abraço !
Grato. Não vejo as opções de uso da terra como excludentes, tenho nula admiração pelo trabalho da EPE (que, parece-me, faz o mÃnimo ou menos do que o mÃnimo que deveria), sugiro que você subscreva pelo menos ao BNDF – Bloomberg Energy Finance, ninguém nunca questionou o potencial e a realidade hidrelétrica do Brasil – ainda que eu tenha muitas restrições ao fato de não ter sido feita a repotencialização de bom número de UHE mais antigas, porque isso não dá dinheiro para empreiteiras -, e as únicas questões sobre os recursos hÃdricos são (a) a omissão da avaliação do risco hidrológico decorrente das mudanças climáticas e (b) o fato de que a geração adicional a cada dia requer transmissão de mais longa distância. Fora as bobagens usuais de termos tanto energias eólicas quanto gigantes como Belo Monte gerando sem linhas de interconexão com o sistema.