-- Download Crivella e o meio ambiente urbano as PDF --
Não é de se esperar que muitos prefeitos entendam o que são as complexas questões ambientais de nossos tempos ou sequer se interessem por elas, ainda mais quando não conseguem fazer um mínimo em matéria de drenagem e esgotamento sanitário. Mas destruir o que é bom em nome de tolices já é demais.
Aos fatos do que anda fazendo a administração Crivella com o escasso dinheiro público.
Entre belas e poluídas lagoas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, há um canal artificial, o canal de Marapendi. Com alguns poucos quilômetros, as margens do canal abrigam uma ciclovia compartilhada com caminhadas e corridas, tudo em ambiente de grande paz e silêncio, muito bem arborizada – o que é fundamental nos dias de calor da cidade.
Pois bem, uma mente “iluminada”, alguns “ambientalistas”, resolveram que era de grande importância remover “espécies invasoras” e tentar uma suposta “revegetação” (como eles gostam de dizer) com espécies nativas, que ali nunca darão sombra. Depois de meses de pesquisa irrelevante, concluíram que 74% das espécies ali existentes eram “exóticas” e precisavam ser extirpadas (incluindo árvores de grande porte).
Abaixo, uma imagem da devastação feita ao longo de trechos do Canal, para colocar pequenas estacas e trazer as mudinhas que não vingarão daquilo que consideram recuperação ambiental.
Foi nesse tipo de agressão ao meio ambiente urbano que resultou a cretinice de que todos os corpos d’água – do Oiapoque ao Chuí – tem que ter as margens preservadas e “recuperadas” com espécies nativas, e não se podem ter áreas de passeio e contemplação nas orlas de lagos, lagoas, reservatórios de hidrelétricas, rios. Eles chamam isso de proteção do meio ambiente.
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E, pior, com base em argumentos desse tipo de conto da carochinha recusam a licença ambiental do autódromo de Deodoro, que só foi preservado enquanto o Exército o ocupada e utilizava para treinamento – aí, ninguém reclamava -, numa tragédia anunciada de transformação de área em grande favela. O argumento final: o estudo foi mal feito. Um grupelho acha que existem alternativas locacionais e não pensa na restauração do meio ambiente urbano, humano. E assim, vai-se o Rio de Janeiro! Consultar os moradores, fazer um referendo, algo assim, nem pensar. Como poderiam humanos ignorantes debater com sábios pomposos.