Num momento de descontração, recebo um inesperado telefonema de uma tal Rádio Sputnik querendo uma entrevista para o Dia Mundial do Meio Ambiente. Surpreso com o nome da rádio – tão óbvio e antigo – , concordo com a proposta. Logo de início fica claro que há um viés político e que o objetivo é atacar o atual governo.
A primeira pergunta foi sobre desmatamento na Amazônia, e o entrevistador se surpreende com a resposta: ficar falando sobre as florestas é muito repetitivo, fácil até, porque evita o fato de que o Brasil não tem nada a comemorar: no papel, 45% da Amazônia já são áreas protegidas (dados da Embrapa – Monitoramento por Satélite, mas a qualidade das águas de nenhum rio ou lagoa melhorou apesar de décadas de política nacional de meio ambiente e inumeráveis empréstimos externos para saneamento; além disso, fracassou redondamente a lei de resíduos urbanos que estabeleceu prazo para a implantação de aterros sanitários. O entrevistador se surpreende e corre para a outra pergunta já previamente redigida.
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