Em concessões onerosas, o que vai para o caixa da poder público deixa de ser investido no setor. Esse é o X do problema na “privatização” da Cedae, seja lá qual for o modelo adotado (no caso, melhor seria dizer fatiamento)..
Há cerca de 2- 3 anos, governo federal fez o BNDES emprestar dinheiro para o governo do estado do Rio de Janeiro dando como garantia as ações da Cedae. Foi um ação puramente política e de “contabilidade criativa”, já que ninguém sabia quanto valiam as ações da da empresa estadual de saneamento.
E como o BNDES não teve a decência de exigir sequer a diretoria financeira da empresa no período em que deteve R$ 3,5 bilhões do dinheiro público em ações da empresa, perdeu imensa oportunidade de melhorar o seu desempenho e de minimizar a sangria.
Agora, aproxima-se a data da liquidação da dívida e o BNDES afirma ter um “modelo” de privatização” que quase certamente é puramente financeiro, sem envolver aspectos fundamentais de engenharia, tecnologia, potencial recuperação de perdas, ou mesmo da avaliação de ativos (depreciação e necessidade de substituição das redes, por exemplo).
Não houve uma due diligence de engenharia e, se bobear, esses caras vão para a licitação com o prazo mínimo previsto na lei, 180 dias! Aí só participa quem estiver tendo acesso a informações privilegiadas.
Mas Witzel e Crivella já começaram a disputar um naco da bufunfa das concessões onerosas que excedam o valor da dívida. Nenhum dos dois está realmente interessado em saneamento. Como nunca estiveram.
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